O anúncio do governo dos EUA sobre novas tarifas de importação colocou o Brasil em uma alíquota menor (10%) em comparação com outros países, como China (54%), Índia (26%) e União Europeia (20%). Embora a medida possa beneficiar setores específicos, como o agronegócio, que pode aumentar as vendas para a China, o cenário global é considerado negativo devido à incerteza econômica e aos riscos para o crescimento mundial. Analistas destacam que a desaceleração do comércio internacional e a possível inflação nos EUA podem impactar a economia brasileira.
Por outro lado, o Brasil pode ganhar espaço em mercados como o americano, onde produtos como café e sorgo podem se tornar mais competitivos frente a concorrentes com tarifas mais altas. Além disso, a tensão comercial entre EUA e Europa pode acelerar a implementação do acordo Mercosul-União Europeia, beneficiando exportações industriais brasileiras. No entanto, setores como aço e alumínio serão prejudicados por tarifas específicas de 25%, o que preocupa a indústria nacional.
A desvalorização do dólar, observada desde o início do ano, pode trazer alívio à inflação no Brasil, barateando importações. Contudo, a instabilidade gerada pela guerra comercial entre EUA e China mantém a trajetória da moeda incerta. Especialistas alertam que, embora haja oportunidades pontuais, o enfraquecimento do multilateralismo e a escalada de conflitos comerciais representam riscos significativos para a economia global e, consequentemente, para o Brasil.