As viagens espaciais realizadas por empresas privadas têm aumentado, mas os impactos ambientais dessas atividades estão gerando alertas entre cientistas e ambientalistas. A recente missão da Blue Origin, tripulada exclusivamente por mulheres, destacou questões como o lixo espacial e a poluição atmosférica. Segundo a Agência Espacial Europeia, mais de 19 mil satélites já foram lançados, com apenas 10 mil ainda em operação, enquanto toneladas de detritos reentram na atmosfera anualmente, liberando metais nocivos. Além disso, os combustíveis usados em foguetes, como querosene e hidrogênio líquido, emitem CO₂ e vapor d’água, que podem contribuir para o aquecimento global.
Os ambientalistas apontam que mesmo tecnologias menos poluentes, como as da Blue Origin, têm efeitos indiretos, já que a produção de propelentes pode gerar milhares de toneladas de CO₂. Foguetes como os da SpaceX, que utilizam querosene, emitem fuligem e outros poluentes, agravando o problema. Casos como o lançamento da Starship em 2023, que causou danos ambientais em áreas protegidas no Texas, também ampliam as críticas. Embora algumas empresas tenham programas de compensação de carbono, as ações são limitadas e inconsistentes.
A falta de regulamentação global para a exploração comercial do espaço é outro desafio. Com empresas privadas exercendo influência política, especialmente nos EUA, medidas coordenadas para reduzir os impactos ambientais tornam-se mais difíceis. Estudos alertam para os efeitos da combinação de poluentes na estratosfera, incluindo danos à camada de ozônio e o aumento da temperatura média do planeta. O debate sobre como equilibrar o avanço espacial com a sustentabilidade continua aberto, sem respostas definitivas.