O presidente da Câmara dos Deputados comparou o novo pacote tarifário imposto pelos Estados Unidos, sob a gestão de Donald Trump, ao impacto dos atentados de 11 de setembro de 2001, que alteraram a ordem geopolítica global. Segundo ele, a medida, que inclui tarifas de 10% a 49% sobre produtos de 185 países, representa uma mudança de paradigma para nações que defendiam o multilateralismo. O parlamentar destacou que o momento exige cautela, mesmo diante de possíveis oportunidades para economias emergentes como o Brasil, cujo maior parceiro comercial, a China, está em rota de colisão com os EUA.
A China reagiu rapidamente, anunciando tarifas retaliatórias de 34% sobre produtos norte-americanos, elevando os temores de uma guerra comercial prolongada. O clima de incerteza já afetou os mercados globais, com quedas generalizadas nas bolsas, incluindo Wall Street e o Ibovespa. Enquanto isso, o Congresso brasileiro aprovou a Lei da Reciprocidade, permitindo contramedidas comerciais, mas o governo prefere priorizar o diálogo para evitar escaladas.
O discurso do presidente da Câmara reflete o desconforto do Legislativo com a postura dos EUA e pressiona o Planalto a adotar uma posição mais assertiva. Apesar disso, a estratégia do governo federal tem sido evitar confrontos diretos, buscando equilibrar pragmatismo e defesa dos interesses nacionais em um cenário internacional cada vez mais volátil.