As big techs perderam US$ 772 bilhões em valor de mercado após o anúncio de novas tarifas sobre importações chinesas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. A Apple foi a mais afetada, com queda de US$ 311 bilhões e redução de 9,25% em suas ações, já que 90% de seus iPhones são produzidos na China. Com a taxa aumentando de 20% para 34%, os custos anuais da empresa podem subir US$ 8,5 bilhões, pressionando suas margens de lucro ou elevando preços para consumidores — como o possível aumento do iPhone 16 Pro Max para US$ 2.300.
Outras empresas, como Microsoft, Google, Dell e HP, também registraram quedas, porém em menor escala. A Samsung pode sair em vantagem, já que fabrica seus celulares na Coreia do Sul, sujeita a tarifa menor (25%). A Apple já havia migrado parte da produção para Vietnã e Índia, mas esses países agora enfrentam taxas ainda mais altas, de 46% e 26%, respectivamente. Analistas destacam que as medidas podem redefinir as cadeias de produção globais.
Em fevereiro, a Apple anunciou investimentos de US$ 500 bilhões e a criação de 20 mil empregos nos EUA, alinhando-se ao discurso de Trump sobre retomada da produção local. CEOs de grandes empresas de tecnologia participaram da posse do presidente, sinalizando tentativa de aproximação com o governo. A medida, porém, coloca em xeque a estratégia das big techs, que dependem da China para manter custos competitivos e lucratividade.