O governo dos Estados Unidos, sob a administração de Donald Trump, impôs uma taxação mínima de 10% sobre produtos importados do Brasil, afetando 19 itens do agronegócio. Entre os mais impactados estão café verde, suco de laranja e carne bovina industrializada, setores em que o Brasil é o principal fornecedor do mercado americano. A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) alerta que a medida pode reduzir a competitividade desses produtos, beneficiando a produção doméstica dos EUA e dificultando a realocação para outros mercados.
Apesar do cenário desafiador, especialistas avaliam que o impacto no volume total de exportações pode ser marginal. Felippe Serigati, pesquisador da FGV Agro, destaca que o consumidor americano será o mais prejudicado, já que os preços dos produtos tendem a subir. Além disso, ele aponta a possibilidade de a China aumentar as compras de carne bovina brasileira em resposta às tarifas recíprocas impostas aos EUA, realocando parte do fluxo comercial.
O contexto exige uma abordagem estratégica por parte do Brasil, que pode recorrer a medidas como o PL da Reciprocidade ou ao diálogo direto com os EUA. Enquanto isso, o agronegócio brasileiro enfrenta a incerteza de uma guerra comercial global, com reflexos significativos em setores-chave da economia. A situação reforça a necessidade de diversificação de mercados e adaptação às mudanças no comércio internacional.