As novas tarifas de importação de veículos impostas pelo governo dos Estados Unidos, que elevam os impostos de 2,5% para 25%, podem levar os principais exportadores—especialmente o México—a redirecionar sua produção para mercados com acordos comerciais, como o Brasil. As montadoras instaladas no país temem um aumento expressivo da chegada de veículos mexicanos, o que poderia desequilibrar o mercado local. A Anfavea alerta que, diante desse cenário, as fabricantes podem optar por utilizar a capacidade ociosa no México em vez de investir no Brasil, afetando projetos já anunciados.
Para evitar um fluxo excessivo de importações, a Anfavea sugere a adoção de cotas que limitem a entrada de veículos mexicanos, com possíveis aumentos de impostos além de determinado volume. A associação argumenta que, sem medidas protetivas, a produção nacional, os investimentos e os empregos podem ser prejudicados. Paralelamente, a indústria chinesa pressiona por reduções nas tarifas de importação para o Brasil, mas a Anfavea se opõe, defendendo que a produção local seja priorizada.
O cenário atual coloca o Brasil em uma posição delicada, já que o país precisa equilibrar os acordos comerciais existentes—como o do Mercosul com o México—com a proteção da indústria nacional. A situação pode ainda enfraquecer os investimentos em outros países da América Latina, já que o México tem capacidade instalada disponível. A discussão reflete os desafios de uma guerra comercial global e seus efeitos em cadeia sobre as economias emergentes.