O aumento das tarifas de importação anunciado pelo governo americano teve como objetivos principais reequilibrar acordos comerciais, fortalecer a indústria doméstica, aumentar a arrecadação, reduzir preços e combater a concorrência chinesa. No entanto, a implementação dessas medidas tem sido parcial, com a suspensão de tarifas para a maioria dos países por 90 dias e um foco maior na China, onde as alíquotas chegaram a 145%. Enquanto algumas negociações comerciais avançam, como com Japão e Coreia do Sul, a instabilidade das regras e a falta de clareza sobre os setores protegidos deixam empresas cautelosas em assumir compromissos de longo prazo.
Em relação à China, a estratégia parece ser um teste de resistência, com ambos os lados buscando vantagens em meio a retaliações. Apesar do discurso de confronto, há sinais de abertura para negociações, mas os riscos de uma guerra comercial prolongada são altos, especialmente sem o apoio de aliados tradicionais. Quanto à arrecadação, as tarifas podem gerar receita significativa, mas esse efeito pode ser temporário se a produção doméstica substituir importações.
Para os consumidores, a promessa de preços mais baixos ainda não se concretizou, com analistas prevendo que as tarifas tendem a aumentar custos, especialmente para famílias de baixa renda. A volatilidade das medidas e os possíveis impactos negativos na economia representam um risco político, tanto para a imagem do governo quanto para as eleições futuras. O cenário atual mostra que, embora alguns objetivos estejam em andamento, os resultados finais ainda são incertos e dependem de negociações em curso.