As tarifas de importação de 25% impostas pelos Estados Unidos sobre veículos devem afetar a cadeia produtiva global e os investimentos no Brasil, segundo a Anfavea. Embora o país exporte pouco para os EUA, a medida pode redirecionar recursos das montadoras para o mercado norte-americano, além de aumentar a pressão competitiva no Brasil devido à possível entrada de veículos mais baratos do México, Canadá e Coreia do Sul. O México, em especial, preocupa por ter acordo de livre-comércio com o Brasil e custos de produção menores, o que pode levar a um aumento de importações e exigir medidas protecionistas, como elevação de tarifas ou sistema de cotas.
O setor de autopeças também será impactado, dada a importância dos EUA no comércio exterior brasileiro. A Anfavea alerta que os investimentos anunciados no país podem ser revisados, enquanto a política tarifária de Trump deve reduzir o mercado americano em 1 milhão de veículos no curto prazo, com aumento de preços e inflação de custos. Além disso, a medida pode atrasar a transição para veículos elétricos nos EUA e gerar capacidade ociosa em outros países produtores, como o México.
Na América Latina, a concorrência com produtos mexicanos—tanto veículos quanto peças—deve se intensificar. A Anfavea destacou a importância da diplomacia brasileira para negociar soluções que protejam a indústria local sem prejudicar os investimentos. O cenário exige atenção para evitar desequilíbrios comerciais e perda de competitividade, com possíveis reflexos no emprego e na produção nacional.