As tarifas impostas pelo governo dos Estados Unidos, que atingem produtos de diversos países, incluindo China, devem desacelerar a economia global, mas não levarão a uma recessão em 2024, segundo a diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Kristalina Georgieva. Em discurso antes das reuniões do FMI e do Banco Mundial, ela destacou que as tensões comerciais entre EUA e China, com tarifas recíprocas de até 145% e 125%, respectivamente, afetam especialmente os países menores, que ficam no “fogo cruzado”. A taxa efetiva de impostos nos EUA atingiu patamares históricos, influenciando o comércio global.
Apesar dos desafios, Georgieva enfatizou a necessidade de cooperação internacional para construir uma economia mais resiliente. Ela defendeu reformas estruturais, como ajustes orçamentários e modernização de setores bancários e de propriedade intelectual, além da adaptação à inteligência artificial. Países com desequilíbrios comerciais, como China e Alemanha, ou fiscais, como EUA e França, precisam corrigir suas políticas para evitar impactos negativos no cenário mundial.
O FMI reforçou seu papel como mediador do diálogo global, especialmente em um contexto multipolar marcado por incertezas e choques frequentes. A instituição alerta que, embora os reequilíbrios sejam difíceis, são essenciais para evitar crises maiores. A diretora-gerente concluiu com um chamado à ação coletiva, destacando que a cooperação é a prioridade máxima em um cenário econômico cada vez mais fragmentado.