O anúncio recente de novas tarifas de importação para mais de 180 países afetará profundamente a indústria da moda, desde produtores até designers. As medidas incluem uma taxa geral de 10% sobre todos os produtos importados para os EUA, mas países com os quais os Estados Unidos têm maiores déficits comerciais enfrentarão alíquotas mais altas. Regiões-chave para a cadeia de suprimentos do setor, como China, Vietnã, Paquistão, Bangladesh e União Europeia, serão especialmente impactadas, com tarifas que variam de 20% a 54%.
Essas tarifas podem disruptar a produção global de marcas de luxo e fast fashion, muitas das quais terceirizam a fabricação para esses países. Por exemplo, o Vietnã, responsável por mais da metade do calçado da Nike no ano passado, enfrentará uma taxa de 46%, enquanto Bangladesh, onde a confecção de roupas representa 80% das exportações, será atingido por uma tarifa de 37%. Ainda não está claro como as tarifas serão aplicadas a produtos acabados, o que gera incertezas para o setor.
A medida pode levar a aumentos de preços para os consumidores e a uma reestruturação das cadeias de suprimentos globais. A União Europeia, que responde por 70% do mercado de artigos de luxo, também será afetada, com uma tarifa de 20%. O impacto econômico ainda está sendo avaliado, mas a indústria da moda, já pressionada por custos logísticos e mudanças nos hábitos de consumo, enfrenta mais um desafio significativo.