A guerra tarifária entre China e Estados Unidos tem acelerado a busca por novos mercados por parte dos empresários chineses, com o Brasil emergindo como um destino estratégico devido ao seu tamanho e demanda interna. Especialistas destacam que, mesmo antes das tarifas impostas por Donald Trump, a China já demonstrava interesse em diversificar suas exportações, especialmente com a recuperação econômica pós-Covid mais lenta do que o esperado. Empresas de médio porte, antes focadas no mercado norte-americano, agora miram o Brasil, trazendo produtos de alto valor agregado, como veículos elétricos e tecnologias renováveis.
No entanto, a chegada desses produtos chineses pode representar um desafio para a indústria nacional, que ainda não compete em termos de tecnologia e produtividade. Especialistas sugerem que o Brasil deve aproveitar a oportunidade para firmar parcerias e adaptar tecnologias, evitando ser apenas um consumidor passivo. Além disso, há preocupações sobre a necessidade de cláusulas de transferência de tecnologia em contratos com empresas estrangeiras, garantindo que o conhecimento permaneça no país e impulsione o desenvolvimento local.
Para mitigar os efeitos colaterais do conflito comercial global, recomenda-se que o Brasil diversifique suas parcerias, buscando acordos com países como Índia e Egito, que oferecem tecnologias estratégicas em setores como agronegócio. A autonomia na produção de insumos críticos e a negociação de contrapartidas em investimentos estrangeiros são vistas como medidas essenciais para proteger a economia brasileira da inflação e da dependência excessiva de um único mercado.