O presidente do Banco Central do Brasil destacou a relação direta entre a depreciação do câmbio e o aumento nos preços dos alimentos. Durante uma sessão no Congresso, ele explicou que uma desvalorização de 10% no câmbio pode elevar a inflação dos alimentos em 1,4 ponto percentual. Isso ocorre porque grande parte dos custos de produção agrícola, como insumos e fertilizantes, está atrelada ao dólar, tornando o setor especialmente sensível às variações cambiais.
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) reflete essa pressão, com o grupo Alimentação e Bebidas sendo o principal responsável pela alta de 0,56% em março. Nos últimos 12 meses, a inflação acumulada chegou a 5,48%, com alimentos representando cerca de 45% do aumento. A volatilidade cambial, portanto, não só impacta os produtores rurais, mas também se transfere diretamente para os preços finais pagos pelos consumidores.
A dependência do setor agropecuário em relação ao câmbio é um desafio significativo para o controle da inflação no país. Com cerca de 60% a 70% da produção de commodities e alimentos vinculada à taxa de câmbio, as oscilações monetárias continuarão a influenciar os preços internos, exigindo atenção constante das autoridades econômicas.