A comunidade salvadorenha nos Estados Unidos vive um clima de medo e insegurança após o caso de Kilmar Ábrego García, um imigrante deportado para El Salvador, apesar de uma decisão judicial de 2019 que impedia sua expulsão. O governo americano admitiu um erro administrativo, mas defendeu a ação, alegando vínculos com gangues e histórico de violência. Enquanto isso, salvadorenhos sem documentação, como Sara López, relatam temer caminhar nas ruas, destacando o impacto psicológico das políticas de imigração.
O caso dividiu opiniões entre os salvadorenhos nos EUA. Alguns, como Alberto García, criticam a deportação por falta de oportunidade de defesa, enquanto outros, como Saúl Mercado, apoiam as medidas mais duras. A decisão da Suprema Corte para facilitar o retorno de Ábrego García trouxe alívio para parte da comunidade, mas a incerteza persiste, especialmente diante do apoio significativo de eleitores latinos às políticas do governo atual.
O episódio também reflete tensões mais amplas, como a relação entre os EUA e El Salvador, onde o presidente Nayib Bukele mantém popularidade por sua abordagem contra gangues. Organizações de direitos humanos alertam que o caso pode criar um precedente perigoso, afetando não apenas imigrantes, mas também cidadãos americanos. Para muitos, a situação expõe os desafios de viver em um limbo legal, entre o desejo de contribuir para o país e o medo constante de represálias.