O presidente dos EUA tem sinalizado possíveis ajustes nas políticas de imigração, especialmente para setores como agropecuária, hotelaria e construção civil, que dependem fortemente de trabalhadores imigrantes, incluindo indocumentados. Em entrevista recente, ele sugeriu a criação de um programa de “autodeportação”, no qual imigrantes receberiam incentivos para deixar o país voluntariamente e, posteriormente, tentar um retorno legal. A medida surge em meio a pressões de grupos empresariais, que alertam para a escassez de mão de obra e os impactos econômicos da rigidez migratória.
Dados mostram que imigrantes indocumentados representam quase 5% da força de trabalho nos EUA, com participação ainda maior em setores como agricultura (12,7%) e construção civil (13,7%). Economistas destacam que a redução abrupta dessa mão de obra pode levar a quedas na produção, aumento de preços e até falências em setores críticos. Um estudo do American Enterprise Institute, mesmo reconhecendo possíveis ganhos em eficiência a longo prazo, aponta riscos imediatos, como menor variedade de produtos e inflação em alimentos.
O debate reflete a tensão entre políticas migratórias restritivas e as demandas do mercado. Instituições financeiras, como o Goldman Sachs, alertam para disrupções em cadeias produtivas caso não haja flexibilização. Enquanto isso, o governo busca equilibrar medidas de controle com a necessidade de manter setores essenciais funcionando, sem comprometer a economia doméstica.