O Conselho Executivo do FMI aprovou um empréstimo de US$ 20 bilhões para a Argentina, com desembolso imediato de US$ 12 bilhões. O acordo, com duração de 48 meses, está condicionado a revisões periódicas, sendo a primeira prevista para junho. Caso o país cumpra os requisitos, receberá mais US$ 2 bilhões em dois meses. O governo argentino também anunciou a flexibilização das regras cambiais, permitindo que o dólar oficial flutue dentro de uma banda entre 1 mil e 1,4 mil pesos, com ajustes mensais de 1%. O Banco Central intervirá comprando ou vendendo dólares para manter a estabilidade cambial.
A contrapartida do empréstimo inclui a manutenção de uma âncora fiscal rigorosa e avanços em reformas estruturais para promover uma economia mais dinâmica e orientada para o mercado. O FMI espera que o programa atraia financiamento adicional de instituições multilaterais, como o Banco Mundial e o BID, e facilite o retorno da Argentina aos mercados internacionais de capitais. A diretora-gerente do FMI destacou os progressos do país na disciplina fiscal e na transição para um regime cambial mais robusto, além de elogiar os planos de contingência das autoridades para lidar com riscos globais.
O acordo foi aprovado pelo Congresso argentino em 19 de março, após intensos debates e protestos de grupos contrários ao ajuste fiscal. Com 129 votos a favor, a Câmara dos Deputados endossou um decreto de necessidade e urgência para viabilizar o novo acordo, que se soma aos US$ 44 bilhões já devidos ao FMI. O pacote visa estabilizar a economia e restaurar a confiança dos investidores, mas sua implementação enfrentará desafios políticos e sociais.