A Igreja Católica no Brasil, maior nação católica do mundo, enfrenta desafios significativos no século 21, incluindo a perda de fiéis para denominações evangélicas e a diminuição de sua influência em diversas esferas da vida social. Embora mantenha uma estrutura robusta, com milhares de paróquias e o maior episcopado global, especialistas apontam que a instituição sofre com a falta de padres, a polarização política e a dificuldade em se conectar com as novas gerações. O papa Francisco buscou renovar a Igreja, mas seu legado inclui questões ainda não resolvidas, como a necessidade de adaptação a um mundo em transformação.
O crescimento evangélico e o aumento de pessoas sem religião destacam-se como tendências preocupantes para o catolicismo. Dados do IBGE mostram que os católicos caíram de 74% para 65% da população entre 2000 e 2010, enquanto evangélicos subiram de 15% para 22%. Além disso, muitos católicos são apenas nominalmente religiosos, sem participação ativa nas comunidades. A Igreja busca estratégias para reverter esse cenário, como aproximação comunitária e maior engajamento midiático, mas enfrenta resistências internas e externas, incluindo críticas ao conservadorismo e à falta de transparência em casos de abuso.
A polarização política e a necessidade de renovação do clero também são desafios centrais. Enquanto Francisco defendeu uma Igreja mais envolvida com questões sociais e ambientais, parte do clero e dos fiéis resiste a mudanças, como a ordenação de homens casados ou mulheres. Especialistas sugerem que a Igreja deve equilibrar tradição e adaptação, mantendo sua relevância sem perder sua essência. O futuro do catolicismo no Brasil dependerá de sua capacidade de conciliar hegemonia histórica com as demandas de uma sociedade em rápida transformação.