Uma trabalhadora doméstica de 63 anos foi resgatada em Belo Horizonte após mais de 30 anos de serviços prestados a uma família, sem receber salário ou direitos trabalhistas. De acordo com a fiscalização, ela vivia em condições degradantes, realizando tarefas domésticas sem descanso semanal ou férias, em troca apenas de moradia e alimentação. O caso, investigado pelo Ministério do Trabalho e Emprego, foi caracterizado como trabalho análogo à escravidão devido à jornada exaustiva e à violência psicológica sofrida.
A vítima, que dormia em um quarto sem ventilação adequada e vestia roupas doadas pelos empregadores, também não tinha acesso regular a serviços de saúde. A situação foi agravada por sua vulnerabilidade social, incluindo baixa escolaridade e falta de parentes próximos. A fiscalização destacou a gravidade do caso, especialmente porque a família empregadora era chefiada por um advogado, que não garantiu seus direitos trabalhistas.
O Ministério Público do Trabalho deve mover uma ação civil pública contra os responsáveis, sob acusação de violar convenções internacionais de direitos humanos. A auditoria enfatizou a importância de denúncias nesses casos, que podem ser feitas online. A trabalhadora foi encaminhada a uma instituição de acolhimento, onde recebe assistência médica e psicológica. O caso permanece sob investigação, com informações sigilosas para preservar as partes envolvidas.