Duas vítimas da ditadura militar foram identificadas na vala clandestina de Perus, localizada no Cemitério Dom Bosco, na Zona Norte de São Paulo. Os restos mortais de Grenaldo de Jesus da Silva, ex-militar da Marinha, e Dênis Casemiro, militante político, foram encontrados entre mais de mil ossadas de pessoas enterradas como indigentes na década de 1970. A descoberta foi possível graças a avanços tecnológicos, como exames de DNA, e ao trabalho contínuo do Projeto Perus, que busca esclarecer os crimes do período.
A vala clandestina foi descoberta em 1990 por jornalistas, mas a identificação das vítimas só foi possível décadas depois, devido à falta de recursos e à desinformação propagada durante a ditadura. Familiares das vítimas enfrentaram anos de angústia e incerteza, incluindo casos de identificações equivocadas no passado. A presidente da Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos destacou a importância dessas descobertas como prova incontestável da violência do regime.
Autoridades e organizações de direitos humanos enfatizaram a necessidade de transformar locais como a vala de Perus em espaços de memória, para que a sociedade brasileira não esqueça os crimes cometidos durante a ditadura. O Memorial da Resistência, em São Paulo, é um desses locais que preserva a história do período. Até agora, seis vítimas foram identificadas, mas o trabalho continua para garantir que outras famílias encontrem respostas e justiça.