A Comissão de Mortos e Desaparecidos Políticos e a Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) identificaram os restos mortais de Denis Casemiro e Grenaldo de Jesus Silva, duas vítimas da ditadura militar sepultadas na vala clandestina do Cemitério Dom Bosco, em Perus, São Paulo. Ambos foram presos, torturados e assassinados durante o regime, e suas identificações representam um passo importante na busca por memória, verdade e reparação histórica. Grenaldo, militar expulso da Marinha por reivindicar melhores condições de trabalho, foi morto em 1972, enquanto Denis, integrante de movimento político, foi executado após prisão em 1971.
A identificação foi possível graças ao Projeto Perus, uma parceria entre o Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania, a prefeitura de São Paulo e a Unifesp. O avanço ocorre após o governo federal pedir desculpas públicas pela negligência na guarda e análise das ossadas entre 1990 e 2014. Até agora, apenas cinco das 42 vítimas supostamente enterradas na vala foram identificadas, incluindo os irmãos Denis e Dimas Casemiro.
A vala clandestina foi descoberta em 1990, quando um jornalista investigava crimes cometidos por agentes do Estado durante a ditadura. Desde então, as ossadas passaram por diferentes instituições, mas o trabalho de identificação só foi retomado de forma consistente em 2014. Um ato em São Paulo anunciará oficialmente as novas identificações, reforçando a luta por justiça e o direito à verdade das famílias das vítimas.