A Operação Sem Desconto, que investigou descontos indevidos de até R$ 8 bilhões em benefícios de aposentados e pensionistas, é mais um capítulo em uma série de casos de fraude que atingem o INSS há décadas. Desde sua criação em 1990, o órgão enfrenta esquemas variados, como o uso de documentos falsos, reativação de benefícios de falecidos e conluio entre servidores, advogados e intermediários. A recente queda do presidente do INSS ilustra a complexidade do problema, que persiste apesar das operações frequentes da Polícia Federal para combater irregularidades.
Ao longo dos anos, as fraudes assumiram diferentes formas, como o caso dos “mortos-vivos”, em que benefícios de pessoas falecidas eram reativados, e os “idosos de aluguel”, que usavam identidades falsas para acessar auxílios. Somente em 2025, mais de dez operações foram deflagradas, revelando prejuízos milionários. Em Roraima, por exemplo, criminosos recrutavam idosos venezuelanos para desviar recursos do BPC-Loas, enquanto em outros estados, esquemas envolviam atestados médicos falsos e reabertura de processos indeferidos.
A repetição de casos semelhantes ao longo das décadas sugere desafios estruturais na fiscalização e na governança do INSS. Embora as operações policiais tenham evitado prejuízos maiores, a constante reinvenção dos fraudadores exige medidas mais robustas para proteger os recursos da previdência social. O histórico de investigações demonstra a necessidade de aprimorar controles internos e colaboração entre instituições para garantir que os benefícios cheguem a quem realmente precisa.