Após mais de três anos de negociações, os países-membros da Organização Mundial da Saúde (OMS) aprovaram um acordo histórico para fortalecer a prevenção e o combate a pandemias. O diretor-geral da OMS destacou a importância do multilateralismo, afirmando que o acordo representa um avanço crucial para um mundo mais seguro. O texto, de 32 páginas, será debatido na próxima Assembleia Mundial da Saúde em maio e inclui medidas como transferência de tecnologia e criação de uma rede global de suprimentos para garantir acesso equitativo a medicamentos e vacinas.
O acordo enfrentou desafios, especialmente em relação à transferência obrigatória de tecnologia, tema que dividiu nações desenvolvidas e em desenvolvimento. Após longas discussões, chegou-se a um consenso sobre a transferência voluntária e mútua, além da criação de um sistema para compartilhamento de dados sobre patógenos. Representantes destacaram a importância do equilíbrio entre inovação farmacêutica e acesso justo, com a indústria defendendo a proteção da propriedade intelectual como essencial para investimentos.
O contexto das negociações foi marcado por crises na ordem internacional e no sistema de saúde global, agravadas por cortes em ajuda humanitária e tensões geopolíticas. A OMS enfatizou que o custo da inação seria maior do que os investimentos necessários, especialmente diante de ameaças como gripe aviária, sarampo e ebola. O acordo foi celebrado como um marco na cooperação internacional, promovendo segurança sanitária e solidariedade entre as nações.