Um relatório interno encomendado pelo Ministério do Interior do Reino Unido revelou que o escândalo de Windrush teve suas raízes em três décadas de legislação imigratória racista. O documento, escrito por um historiador, destacou como o império britânico dependia de uma ideologia racista para funcionar e como as leis de imigração do pós-guerra foram criadas para reduzir a população não branca no país. O governo gastou pelo menos £22 mil em advogados para tentar impedir a divulgação do relatório, mas não obteve sucesso.
O escândalo de Windrush, que ganhou destaque em 2018, envolveu a deportação injusta de cidadãos caribenhos que haviam migrado para o Reino Unido legalmente nas décadas de 1940 a 1970. O relatório interno expôs como políticas imigratórias discriminatórias, implementadas ao longo de 30 anos, contribuíram para a crise. As descobertas do historiador mostram uma conexão direta entre as leis restritivas e a marginalização de comunidades étnicas.
Apesar dos esforços do governo para evitar a divulgação, o relatório veio à tona, levantando questões sobre transparência e responsabilidade. A investigação interna foi considerada contundente, pois não apenas analisou erros administrativos, mas também expôs fundamentos ideológicos problemáticos nas políticas públicas. O caso reforça a necessidade de revisão histórica e de medidas para reparar danos causados por legislações discriminatórias.