Ao longo dos séculos, a escolha de um novo papa nem sempre foi um processo tranquilo. O conclave mais longo da história, que durou 33 meses após a morte do papa Clemente IV em 1268, foi marcado por disputas políticas e pressões externas. Em Viterbo, a população local, frustrada com a demora, chegou a remover o teto do palácio onde os cardeais estavam reunidos e cortar o fornecimento de alimentos, numa tentativa radical de acelerar a decisão. A eleição de Gregório X em 1271 só ocorreu após mais de mil dias de impasse, levando o novo pontífice a estabelecer regras mais rígidas para futuros conclaves.
Text: Gregório X determinou que, após dez dias da morte de um papa, os cardeais deveriam se isolar em um único cômodo. Se não chegassem a um consenso em três dias, suas refeições seriam reduzidas e, após cinco dias, restariam apenas pão, água e vinho. Apesar dessas medidas, outro impasse ocorreu em 1292, quando a eleição do papa Celestino V levou 27 meses. Sua renúncia poucos meses depois, um gesto raro até então, mostrou que mesmo as soluções mais inesperadas nem sempre garantiam estabilidade.
Text: Esses episódios históricos deixaram lições duradouras para a Igreja Católica, influenciando a organização dos conclaves modernos. Hoje, o processo é mais ágil, mas ainda carrega o peso das tensões políticas e da expectativa dos fiéis. A morte ou renúncia de um papa continua a ser um momento de observação atenta, agora com regras que evitam os extremos do passado, como tetos removidos ou privações prolongadas.