O Sistema Único de Saúde (SUS), criado pela Constituição Federal de 1988 e regulamentado em 1990, é o maior sistema público de saúde do mundo, atendendo mais de 190 milhões de brasileiros. Antes do SUS, o acesso à saúde era restrito a trabalhadores formais, deixando a população mais vulnerável sem assistência. A mudança para um modelo universal foi impulsionada por pressões sociais e pela crise financeira do antigo Instituto Nacional de Assistência Médica da Previdência Social (Inamps), que não conseguia cobrir seus custos nem atender à demanda.
A transição para o SUS contou com a mobilização de líderes políticos e sanitários, que defenderam a descentralização e a universalização do sistema. Um marco foi a adesão inicial do estado de São Paulo, então governado por Orestes Quércia, com o apoio do renomado médico José Aristodemo Pinotti. Essa experiência serviu de modelo para outros estados, consolidando um sistema baseado nos princípios de integralidade, igualdade e universalidade, garantidos pela Constituição.
Hoje, o SUS é referência global, inspirando até mesmo projetos internacionais, como um piloto no Reino Unido. Apesar dos desafios, o sistema representa uma das políticas públicas mais inclusivas do país, atendendo desde vacinação infantil até cirurgias complexas. Sua evolução ao longo de 35 anos reflete um compromisso com a saúde como direito fundamental, embora ainda haja espaço para melhorias. O legado do SUS reforça sua importância para a população brasileira e seu papel como modelo único no mundo.