A Universidade Harvard, uma das mais prestigiadas dos Estados Unidos, recusou-se a cumprir exigências do governo federal que, segundo a instituição, ameaçam sua autonomia e liberdade acadêmica. Em resposta, o governo congelou cerca de US$ 2,3 bilhões em recursos destinados à universidade, intensificando um embate que pode redefinir os limites entre o poder estatal e a independência das instituições de ensino superior. Harvard argumenta que as medidas violam direitos constitucionais e tradições históricas que garantem a liberdade das universidades privadas.
O conflito surge em meio a acusações do governo de que instituições de elite promovem ativismo político e toleram discursos considerados hostis. Entre as exigências estão mudanças em políticas de admissão, diversidade e punição a protestos, vistas por críticos como uma tentativa de alinhamento ideológico. Enquanto isso, Harvard recebeu apoio de ex-alunos e figuras públicas, incluindo o ex-presidente Barack Obama, que elogiou a resistência da universidade.
O desfecho da disputa pode influenciar outras instituições, algumas das quais já sinalizaram apoio a Harvard. Especialistas alertam para os riscos financeiros e jurídicos envolvidos, já que a universidade depende parcialmente de verbas federais para pesquisas. A crise levanta questões sobre o futuro do financiamento público ao ensino superior e o equilíbrio entre controle governamental e liberdade acadêmica.