A guerra tarifária entre Estados Unidos e China tem beneficiado o setor agropecuário brasileiro, aumentando sua participação no mercado chinês. Segundo reportagem do Financial Times, a escalada de taxas impostas pelos EUA à China fez com que os asiáticos e a União Europeia buscassem o Brasil como fornecedor estável de commodities como soja, carne bovina e aves. Dados mostram que as exportações brasileiras desses produtos cresceram significativamente no primeiro trimestre de 2025, enquanto os EUA perderam espaço no mercado chinês.
O Brasil consolidou-se como principal fornecedor de alimentos para a China, com sua participação nas importações chinesas saltando de 17,2% em 2016 para 25,2% em 2023. No entanto, desafios logísticos, como a capacidade dos portos, ainda limitam o potencial de crescimento. Especialistas acreditam que a guerra comercial pode atrair investimentos estrangeiros em infraestrutura para facilitar o escoamento da produção brasileira, especialmente com a possível ratificação do acordo entre Mercosul e União Europeia.
Apesar das oportunidades, há preocupações sobre a capacidade do Brasil em atender sozinho à demanda global aquecida. A competição entre China e Europa pelos mesmos produtos pode pressionar os preços dos alimentos, segundo analistas. Enquanto isso, o setor agropecuário americano pressiona por um acordo urgente com a China, diante das perdas significativas causadas pelas tarifas recíprocas.