A demanda chinesa por soja e carne suína dos Estados Unidos registrou queda significativa, segundo dados semanais do Departamento de Agricultura dos EUA (USDA). Na semana encerrada em 17 de abril, a China cancelou a compra de 12 mil toneladas de carne suína e adquiriu apenas 1,8 mil toneladas de soja, volume muito abaixo das 72,8 mil toneladas da semana anterior. Analistas atribuem a redução à escalada da guerra comercial entre os dois países, após os EUA elevarem tarifas sobre produtos chineses e a China responder com medidas similares.
Especialistas alertam que, se a tendência persistir, os preços das commodities agrícolas podem sofrer forte pressão, já que a China é o maior comprador de soja dos EUA e um importante destino da carne suína americana. No entanto, alguns traders preferem aguardar antes de tirar conclusões, argumentando que fatores sazonais, como o período de plantio nos EUA, também podem influenciar a redução temporária das compras. “Uma semana não representa uma tendência”, destacou um analista do setor.
A incerteza sobre as tarifas e a possibilidade de mudanças nas políticas comerciais deixam o mercado em alerta. Enquanto o governo dos EUA sinalizou aberturas para reduzir as tarifas, a China exige que a medida seja unilateral. A volatilidade preocupa produtores e exportadores, especialmente no setor de soja, onde substituir a demanda chinesa é considerado um desafio significativo. Caso o impasse se prolongue, os impactos podem se estender por toda a cadeia de suprimentos.