A greve dos auditores da Receita Federal, que completa mais de quatro meses, pode causar atrasos nas restituições do Imposto de Renda em 2025. De acordo com o Sindifisco Nacional, a paralisação já impacta contribuintes e serviços fiscais, especialmente no comércio exterior. Mais de 5.600 auditores reforçaram sua adesão ao movimento em assembleia no final de março, reivindicando aumento salarial. O salário-base atual é de R$ 29 mil, e a categoria exige ajuste para R$ 32 mil, alegando perdas inflacionárias desde 2016. O governo, porém, argumenta que os servidores já receberam um reajuste de 9% em 2023 e um bônus de produtividade em 2024.
Os efeitos da greve já são visíveis, como o atraso na liberação da declaração pré-preenchida do IR e a ausência da cartilha de orientação aos contribuintes. Estimativas apontam que R$ 14 bilhões em tributos deixaram de ser arrecadados devido à lentidão nos processos, enquanto R$ 145 bilhões em disputas fiscais estão parados no Carf. No comércio exterior, prejuízos logísticos e operacionais chegam a R$ 3,5 bilhões, com mais de 600 mil encomendas retidas.
O impasse salarial persiste, sem previsão de solução, aumentando o risco de mais atrasos e pressionando o governo em um cenário de arrecadação abaixo do esperado. Enquanto o sindicato insiste na equiparação com outras categorias que obtiveram reajustes, o Ministério da Gestão e Inovação defende que os benefícios já concedidos são suficientes. A situação coloca em xeque a eficiência dos serviços fiscais e a recuperação de tributos essenciais para o país.