Um levantamento do Greenpeace Brasil mostrou que o garimpo ilegal destruiu 42 km² da Amazônia nos primeiros três meses de 2024, área equivalente a seis mil campos de futebol. A devastação, concentrada no Pará, Roraima e Amazonas, foi identificada por imagens de satélite e está associada à contaminação de rios por mercúrio, afetando fauna, flora e comunidades locais. Estudos da Fiocruz já detectaram altos níveis do metal em peixes e até no leite materno de populações indígenas, enquanto o desmatamento segue crescendo mesmo após operações de fiscalização.
Um relatório do Instituto Escolhas apontou que o Brasil exportou US$ 1,2 bilhão em ouro com indícios de ilegalidade em 2022, devido a falhas na rastreabilidade e documentação fraudulenta. Pesquisadores do Inpa alertam que o avanço do garimpo pode alterar o regime hídrico da região, impactando até o clima e a agricultura no Sudeste. Embora o Ministério do Meio Ambiente tenha reforçado ações com a Polícia Federal, a dimensão do problema ainda é um desafio.
Em 2023, o Deter/Inpe registrou mais de 120 km² de floresta destruídos por garimpos ilegais, com prejuízos econômicos bilionários por ano, segundo o Instituto Escolhas. A atividade criminosa persiste devido à alta valorização do ouro, falhas na responsabilização da cadeia produtiva e conivência institucional. Apesar do monitoramento por ONGs e órgãos públicos, a falta de controle eficaz continua alimentando a degradação da Amazônia.