O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva enfrenta dificuldades para manter o apoio de sua base no Congresso após uma alta taxa de infidelidade na assinatura do requerimento de urgência do projeto da anistia. Aliados avaliam que retaliar os deputados que não cumpriram com o acordo pode ser arriscado, já que o governo não tem força política suficiente para confrontar sua própria base. Em vez disso, a estratégia seria melhorar o relacionamento com partidos como União Brasil e PSD, atendendo a demandas como a troca de ministérios para fortalecer a aliança.
O projeto da anistia é visto como inviável legalmente, com expectativa de ser barrado pelo Supremo Tribunal Federal por inconstitucionalidade. Enquanto isso, o governo conta com o presidente da Câmara, Hugo Motta, para evitar a pauta do requerimento de urgência. Paralelamente, há negociações para reduzir penas de casos menos graves, buscando aliviar tensões no Legislativo.
Líderes governistas apontam que parte da infidelidade pode ser atribuída à demora do governo em atender pedidos da base, como a reforma ministerial. A falta de gestos políticos teria contribuído para o descontentamento, refletido no apoio ao projeto da anistia. Agora, o desafio é recuperar a confiança dos aliados, especialmente em um ano crucial para a aprovação de projetos como a isenção do Imposto de Renda e a PEC da Segurança Pública.