O governo central brasileiro apresentou um superávit primário de R$1,096 bilhão em março de 2025, revertendo um déficit de R$1,024 bilhão registrado no mesmo mês do ano anterior. Segundo o Tesouro Nacional, o resultado foi impulsionado por um aumento real de 0,8% na receita líquida e uma redução de 0,5% nas despesas totais. A arrecadação cresceu principalmente devido a um avanço de 5,6% nos tributos administrados pela Receita Federal, com destaque para o Imposto de Importação (26,8%) e o Imposto de Renda (5%). Por outro lado, receitas não administradas, como dividendos e concessões, caíram 12,5%.
No acumulado do primeiro trimestre de 2025, o superávit primário atingiu R$54,532 bilhões, valor significativamente superior aos R$20,171 bilhões do mesmo período em 2024. Parte desse desempenho se deve ao adiamento do pagamento de precatórios, que foram remanejados para julho deste ano. De acordo com o secretário do Tesouro Nacional, a medida buscou evitar pressões inflacionárias e apoiar a política monetária do Banco Central. Os pagamentos de precatórios, que somarão cerca de R$70 bilhões em 2025, terão R$44 bilhões excluídos da meta fiscal, conforme decisão do STF.
A meta fiscal para 2025 é de déficit zero, com uma tolerância de até 0,25% do PIB (cerca de R$29 bilhões). O resultado de março foi o melhor para o mês desde 2021, quando o superávit chegou a R$2,603 bilhões. A combinação de maior arrecadação e controle de gastos discricionários contribuiu para o equilíbrio das contas públicas, embora o desempenho tenha ficado ligeiramente abaixo das expectativas do mercado, que previa um superávit de R$1,323 bilhão.