O governo federal tem usado argumentos para reduzir a pressão pela votação do projeto de anistia aos envolvidos nos ataques de 8 de janeiro. Um deles é o alto número de pedidos de urgência na Câmara dos Deputados — mais de 1,1 mil aguardando pauta —, o que dificultaria a priorização da proposta. O PL, partido do ex-presidente, anunciou ter reunido as 257 assinaturas necessárias para solicitar um rito acelerado, mas a decisão final cabe ao presidente da Casa, que mantém boa relação com o Planalto.
A proposta em discussão não se limita aos casos de 8 de janeiro e poderia abrir brechas para anistiar infrações cometidas desde a eleição do atual presidente. Líderes do governo confiam em acordos para evitar votações de urgência e priorizar a tramitação regular nas comissões, mas reconhecem que a oposição continuará pressionando. A ministra da Casa Civil corrigiu declarações anteriores, afirmando que revisão de penas é competência do Judiciário, não do Congresso.
O tema segue sendo monitorado de perto, com o governo buscando equilibrar a relação com o Legislativo e evitar desgastes. Enquanto isso, a oposição mantém a estratégia de mobilizar apoio entre parlamentares, ainda que a pauta dependa da decisão do presidente da Câmara. A discussão reflete tensões políticas mais amplas, sem indicativos de resolução imediata.