O governo federal estuda substituir o atual modelo de vale-refeição por um sistema de pagamento direto via Pix, depositado diretamente na conta dos trabalhadores. A proposta, em análise na reformulação do Programa de Alimentação do Trabalhador (PAT), visa reduzir custos operacionais cobrados por empresas intermediárias do setor. Segundo a Folha de S.Paulo, a medida busca garantir que os valores cheguem integralmente aos beneficiários, sem descontos ao longo da cadeia, além de responder à preocupação com o impacto da inflação alimentar na população de baixa renda.
O ministro da Fazenda confirmou que o tema está sendo discutido com outros membros do governo, incluindo o Banco Central, mas ainda há dúvidas sobre a viabilidade jurídica da mudança. Um dos pontos controversos é a possível liberdade de uso do benefício, que, atualmente, é restrito a despesas com alimentação. Enquanto parte da equipe técnica defende a destinação livre, outros argumentam que isso poderia desvirtuar o objetivo original do programa.
O setor de cartões resiste à proposta, alegando que seu modelo garante controle, rastreabilidade e incentivo à alimentação saudável. Paralelamente, o governo busca regulamentar a portabilidade dos cartões do PAT, permitindo que trabalhadores escolham livremente a operadora do benefício. A expectativa é que o Ministério do Trabalho e Emprego assuma a regulação do setor, já que o Banco Central sinalizou não ter interesse nessa responsabilidade.