O governo federal anunciou a expansão do programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV), criando uma nova faixa (Faixa 4) para famílias com renda de até R$ 12 mil. A medida, que entra em vigor em maio, oferece financiamentos com juros reduzidos (10,5% ao ano) e prazos estendidos (até 420 meses) para imóveis de até R$ 500 mil. Segundo o ministro das Cidades, Jader Filho, a iniciativa visa atender inicialmente 100 mil famílias, com recursos de R$ 15 bilhões do FGTS e outros R$ 15 bilhões captados por instituições financeiras.
Especialistas destacam que a redução da taxa de juros em comparação ao mercado tradicional (11,5% ao ano) pode gerar economia significativa para os compradores. Por exemplo, um imóvel de R$ 500 mil financiado em 30 anos teria uma economia total de R$ 27 mil e parcelas mais acessíveis. A medida também é vista como um estímulo ao setor imobiliário, com potencial para reduzir o déficit habitacional e incluir economicamente famílias que antes não se enquadravam no programa.
A alocação dos recursos, provenientes do pré-sal, foi classificada como despesa financeira, não afetando o limite de gastos primários do governo. Analistas divergem sobre o impacto fiscal, com alguns defendendo a regularidade da operação e outros alertando para possíveis pressões inflacionárias. O Tribunal de Contas da União (TCU) não se manifestou sobre a legalidade da medida até o fechamento da reportagem. A iniciativa é interpretada como uma estratégia do governo para fortalecer seu apoio junto à classe média, em um contexto pré-eleitoral.