O governo brasileiro está buscando alternativas para viabilizar um novo leilão da ponte internacional São Borja – Santo Tomé, que conecta o Brasil à Argentina. O ministro dos Transportes destacou que o fracasso da tentativa anterior, realizada no início de abril, se deveu a restrições cambiais na Argentina, que impedem empresas estrangeiras de repatriar lucros, limitando a concorrência a companhias locais. Além disso, o contexto econômico argentino, marcado por dificuldades de investimento, desestimulou interessados. A ponte, estratégica para o comércio regional, continuará sob operação provisória até que um acordo bilateral seja alcançado.
O projeto prevê investimentos de US$ 99 milhões e uma concessão de 25 anos, mas enfrentou obstáculos desde o início. Em janeiro, o TCU suspendeu o primeiro leilão devido a irregularidades no edital, como critérios técnicos insuficientes, divergências nos dados de tráfego e falha na reabertura de prazos após ajustes. A segunda tentativa, em abril, não atraiu propostas, reforçando a necessidade de revisão das condições.
A ponte é vital para o fluxo comercial, representando 23% do comércio entre Brasil e Argentina e quase 40% da corrente com o Chile. A solução exigirá cooperação entre os dois países para ajustar regras e atrair investidores, garantindo a operação eficiente de uma infraestrutura crítica para a região.