Em um discurso emblemático em 2005, Tony Blair comparou a globalização a uma estação do ano inevitável, argumentando que resistir a ela seria tão inútil quanto debater a chegada do outono após o verão. Duas décadas depois, o cenário mudou radicalmente: a imposição de tarifas comerciais agressivas por parte de um governo anterior dos EUA abalou os mercados globais, desestabilizando a ordem econômica vigente desde os acordos de Bretton Woods. Como destacou um alto funcionário do Tesouro britânico, a globalização tal como a conhecemos nas últimas décadas chegou ao fim.
O texto reflete sobre como os governos precisam abandonar velhas premissas e se adaptar a essa nova realidade, marcada por tensões comerciais e incertezas. A analogia ao “inverno nuclear econômico” ilustra o temor de que medidas protecionistas possam levar a um colapso ainda maior. A Europa, em particular, é apontada como um ator-chave que deve ser aproximado nesse contexto, sugerindo uma reavaliação estratégica das alianças internacionais.
A discussão levanta questões sobre o futuro da cooperação global e a necessidade de reinventar as relações econômicas em um mundo cada vez mais fragmentado. Sem apontar culpados, o artigo enfatiza a urgência de uma resposta coordenada para evitar consequências mais graves, mantendo um tom imparcial e focado na análise macroeconômica.