A era da hiperglobalização, que marcou as décadas recentes, passa por um processo de desaceleração, mas não de fim, segundo especialistas. Marcos Troyjo, ex-presidente do Banco do BRICS, argumenta que o atual cenário de “desglobalização” é mais uma redução de ritmo do que uma reversão completa, impulsionada por crises econômicas e mudanças geopolíticas. Ele destaca que, embora o comércio internacional tenha perdido força, novas oportunidades surgem para países como o Brasil, especialmente em áreas como segurança alimentar, energética e investimentos verdes, desde que reformas estruturais sejam implementadas.
Text: O conceito de “Trumpulência” é usado para descrever o impacto da política comercial agressiva dos EUA, combinando turbulência tarifária, opulência econômica e incoerência regulatória. Troyjo ressalta que, apesar da retórica protecionista, os EUA mantêm uma economia robusta, mas as medidas adotadas podem prejudicar seu próprio crescimento. Enquanto isso, organismos internacionais como a OMC e o Banco Mundial têm influência limitada, e a crítica sobre sua interferência na soberania nacional é considerada exagerada.
Text: O texto também aborda o papel do BRICS e do Mercosul nesse contexto. O BRICS, que já foi visto como um bloco de economias emergentes promissoras, agora enfrenta desafios com a inclusão de países com perfis divergentes, diluindo sua coesão. Já o acordo Mercosul-União Europeia, embora ainda pendente de ratificação, é visto como uma chance de diversificar parcerias e atrair investimentos, especialmente diante das tensões comerciais globais. O Brasil, com suas vantagens comparativas, pode se beneficiar dessa conjuntura se souber aproveitar as oportunidades.