Candidatas grávidas, puérperas e um paciente em tratamento de leucemia enfrentam dificuldades para concluir cursos de formação presenciais exigidos em concursos públicos, como o CNU. Os editais não preveem flexibilização para casos como parto ou doenças graves, obrigando as gestantes a optarem entre antecipar o parto ou arriscar a perda da vaga. Um paciente oncológico, que recentemente passou por um transplante de medula, precisou viajar para assistir às aulas, agravando seu estado de saúde. Médicos alertam que a exigência de presença física pode comprometer a recuperação desses indivíduos.
Text: As instituições responsáveis, como o Cebraspe e a Enap, afirmam seguir rigorosamente as regras dos editais, sem previsão de adaptações. Enquanto isso, três gestantes conseguiram liminares para assistir a aulas gravadas e fazer provas em datas alternativas. A Condsef enviou um ofício ao governo federal defendendo a oferta de cursos à distância para garantir equidade, mas até agora não houve resposta concreta. A Defensoria Pública da União ingressou com uma ação civil pública para assegurar direitos aos candidatos em condições especiais.
Text: O impasse expõe a falta de mecanismos para conciliar processos seletivos com situações de saúde e maternidade. Enquanto alguns recorrem à Justiça, outros temem perder a vaga após anos de preparação. Especialistas criticam a postura rígida das instituições, classificando-a como violência obstétrica institucional ou risco à saúde. O caso reforça a discussão sobre a necessidade de políticas mais inclusivas em concursos públicos.