Uma mulher com ictiose em confete, condição genética extremamente rara que afeta menos de 50 pessoas no mundo, conseguiu ter duas filhas saudáveis graças a um serviço de teste genético de última geração. Georgina Burrough, de Devon, no sudoeste da Inglaterra, nasceu com a pele seca, inflamada e suscetível a infecções, mas, por meio de fertilização in vitro com testes genéticos pré-implantacionais (PGT), evitou transmitir a doença às filhas. O procedimento, oferecido pelo serviço público de saúde britânico (NHS), analisa embriões antes da implantação, garantindo que apenas os não afetados sejam transferidos para o útero.
O serviço de PGT em Exeter é o único disponível na região e já possibilitou o nascimento de 50 bebês, incluindo as filhas de Georgina. A geneticista Emma Kivuva explica que o teste remove células dos embriões para identificar condições genéticas específicas, oferecendo uma chance segura para famílias com riscos hereditários graves. Georgina, que dedica horas diárias a tratamentos para controlar sua condição, destacou o alívio de não ter passado a doença adiante e espera que sua história incentive outras pessoas a buscar o procedimento.
O PGT pode ser aplicado em milhares de condições raras, como fibrose cística e certos tipos de câncer hereditário, tornando-se uma ferramenta crucial para famílias em situações similares. A coordenadora do serviço, Sonal Paradkar, reforça que a acessibilidade regional do tratamento é um avanço significativo. O caso ilustra como a ciência genética está transformando possibilidades reprodutivas, oferecendo esperança onde antes havia limitações.