O general Brice Clotaire Oligui Nguema foi eleito presidente do Gabão com 90,35% dos votos, segundo resultados provisórios divulgados pelo Ministério do Interior. A eleição ocorreu 19 meses após o fim da dinastia Bongo, que governou o país por 55 anos sob acusações de autoritarismo e má gestão dos recursos naturais. Oligui, que liderou a transição, prometeu devolver o poder aos civis e supervisionou a criação de uma nova Constituição. Seu principal adversário, Alain-Claude Bilie By Nze, obteve apenas 3,02% dos votos, enquanto os outros seis candidatos não ultrapassaram 1%.
A campanha eleitoral, realizada em 13 dias, foi marcada por cartazes do general em espaços públicos e uma atmosfera incomumente tranquila, contrastando com eleições anteriores. Observadores internacionais não relataram irregularidades significativas, e a mídia privada teve acesso inédito à apuração. A população demonstrou esperança na mudança, como destacou uma eleitora de 58 anos, que votou após anos de abstinência. Apoiadores celebraram a vitória com símbolos que brincavam com as iniciais do presidente eleito.
O novo governo herdará desafios como desemprego, infraestrutura precária e uma dívida externa elevada, em um país onde um terço da população vive na pobreza, apesar da riqueza em petróleo. Oligui prometeu priorizar as necessidades do povo, mas críticos acusam seu governo de representar a continuidade do sistema anterior. A sociedade civil gabonesa classificou o processo eleitoral como tranquilo, com apenas pequenos incidentes isolados.