Os juros futuros encerraram a sessão em alta, mas com menor intensidade após o anúncio do governo Trump de reduzir temporariamente para 10% as tarifas sobre países que não retaliaram os EUA. O dólar recuou para abaixo de R$ 6, com queda superior a 2%, enquanto as taxas de contratos de DI para 2026, 2027 e 2029 registraram aumentos moderados. Apesar do alívio, o avanço dos Treasuries limitou uma queda mais significativa na curva local, mantendo as expectativas de que o Copom não cortará a Selic este ano.
A tensão comercial entre EUA e China continuou a influenciar os mercados, com retaliações tarifárias mútuas elevando as taxas pela manhã. No entanto, a decisão de Trump de aliviar as tarifas para alguns países amenizou parte da pressão. Especialistas destacam que a disfuncionalidade no mercado de Treasuries está afetando as curvas de juros globais, incluindo o Brasil, com possíveis motivos técnicos, como liquidação de posições alavancadas, e suspeitas de redução de exposição por parte de bancos centrais.
O petróleo recuperou parte das perdas recentes, mas a desvalorização do real deve neutralizar o impacto positivo na inflação. Diante do cenário externo volátil e das expectativas desancoradas, economistas descartam a possibilidade de corte da Selic em 2024. O fraco desempenho do varejo em fevereiro, abaixo das expectativas, teve pouco impacto na curva de juros, overshadowed pela incerteza global.