Os juros futuros apresentaram comportamento divergente nesta terça-feira, com queda nos vencimentos curtos e alta na ponta longa. O contrato DI para janeiro de 2026 recuou para 14,720%, enquanto o DI para janeiro de 2029 subiu para 14,08%. A queda do dólar e a melhora nas expectativas de inflação no Focus influenciaram a ponta curta inicialmente, mas o movimento foi revertido após declarações do presidente do Banco Central, que sinalizou preocupação com a inflação disseminada e a necessidade de manter juros restritivos. A mediana do IPCA para 2025 caiu para 5,57%, mas permanece acima da meta de 4,50%.
A ponta longa da curva foi impactada pelo cenário externo, com os títulos americanos subindo após ataques do ex-presidente dos EUA ao Federal Reserve, além de preocupações fiscais locais. O rendimento do T-Note de dez anos oscilou em 4,39%, refletindo incertezas globais. Internamente, a discussão sobre a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e um relatório preliminar do TCU sobre medidas heterodoxas nas contas públicas geraram desconfiança no mercado.
Economistas destacam que o Tesouro vem emitindo dívida a taxas elevadas, pressionando a curva e aumentando o custo real da dívida no longo prazo. A combinação de fatores internos e externos mantém o mercado em alerta, com expectativas de que o ciclo de alta da Selic possa se estender além de junho, dependendo da evolução da inflação e da atividade econômica.