A Fundação São Francisco de Assis, que há poucos anos operava como um canil falido, transformou-se em gestora de contratos milionários com o governo do Rio de Janeiro. Segundo investigações, a instituição recebeu R$ 94 milhões do estado, incluindo R$ 23,5 milhões da Assembleia Legislativa (Alerj) para um centro de pesquisa sem informações públicas. Os pagamentos foram feitos sem licitação, transparência ou detalhes sobre o escopo do trabalho, levantando questionamentos sobre a legalidade dos repasses.
A relação entre a fundação e a Alerj ganhou destaque após revelações sobre uma festa de fim de ano no Campo Olímpico de Golfe, local administrado por um dos responsáveis pela fundação. O evento, considerado luxuoso por funcionários, não teve seus custos divulgados, e deputados negaram ter contribuído financeiramente. Enquanto isso, a fundação também gerencia o Fundo da Mata Atlântica, movimentando R$ 400 milhões em 2023, apesar de questionamentos sobre sua capacidade técnica.
Após as denúncias, secretarias estaduais abriram sindicâncias para apurar os contratos, e órgãos como o Ministério Público e o Tribunal de Contas do Estado iniciaram análises. A Alerj afirmou que os repasses seguiram um convênio com a UFRJ, mas não apresentou documentos públicos que comprovem a regularidade. A falta de transparência e os vínculos entre os contratos e eventos particulares continuam sob investigação.