Funcionários demitidos pela Voepass há quase duas semanas afirmam não ter recebido salários de março nem informações sobre quando serão pagos os direitos trabalhistas. A empresa, que enfrenta uma crise financeira desde agosto de 2024, após um acidente aéreo, anunciou demissões em massa em abril e entrou com pedido de recuperação judicial na última terça-feira (22). Os ex-funcionários relatam dificuldades para acessar documentos necessários para solicitar o seguro-desemprego e destacam a falta de transparência sobre os próximos passos.
A Voepass alega que os pagamentos estão previstos no plano de recuperação judicial, que ainda aguarda análise do Tribunal de Justiça de São Paulo. A companhia atribui parte da crise a uma disputa financeira com a Latam, que teria deixado de pagar R$ 34,7 milhões. A Latam, por sua vez, nega responsabilidade e afirma que o rompimento do acordo foi motivado pelo acidente em 2024. Enquanto isso, os trabalhadores enfrentam incertezas sobre FGTS, rescisões e sustento de suas famílias.
O pedido de recuperação judicial lista dívidas totais de R$ 210 milhões, incluindo R$ 43,5 milhões em débitos trabalhistas. A empresa promete apresentar um plano detalhado em 60 dias, mas funcionários como aqueles com décadas de experiência na aviação expressam frustração com a falta de comunicação. A situação reflete os desafios do setor aéreo e a vulnerabilidade dos trabalhadores em processos de reestruturação empresarial.