Funcionários demitidos da Voepass afirmam não ter recebido salários de março e aguardam informações sobre o pagamento de rescisões trabalhistas. A empresa, que enfrenta uma crise financeira desde 2024, anunciou as demissões em abril e comunicou que os acertos estão previstos no pedido de recuperação judicial, protocolado em 22 de abril. No entanto, o Tribunal de Justiça de São Paulo ainda não analisou o pedido, deixando os ex-funcionários sem perspectivas claras sobre quando receberão seus direitos.
A crise da companhia aérea se agravou após a suspensão de seus voos pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) em março, devido a problemas de segurança. A Voepass atribui parte das dificuldades a um desacordo financeiro com a Latam, que teria deixado de pagar R$ 34,7 milhões. Em resposta, a Latam negou responsabilidade pela crise, citando o acidente aéreo de 2024 como motivo para o fim da parceria. A empresa está negociando dívidas de aproximadamente R$ 210 milhões, incluindo R$ 43,5 milhões em débitos trabalhistas.
Em nota, a Voepass afirmou que o plano de recuperação judicial inclui o pagamento de salários, benefícios e rescisões, com um detalhamento a ser apresentado em 60 dias. Sobre o Fundo de Garantia (FGTS), a empresa explicou que os depósitos eram feitos em parcelas e que agora serão incluídos no processo judicial. Enquanto isso, os ex-funcionários enfrentam incertezas, sem acesso a documentos necessários para solicitar o seguro-desemprego ou planejar seus próximos passos.