O marolo, também conhecido como araticum, é um fruto símbolo de resistência no Cerrado, com raízes na cultura de Paraguaçu (MG). Após perder espaço para o café no Brasil, voltou a ganhar destaque nos anos 1980, especialmente com a tradicional Festa do Marolo. De aroma marcante e sabor que mistura doce tropical com notas terrosas, o fruto é versátil na culinária, sendo usado em doces, licores e sorvetes, além de oferecer benefícios nutricionais, como vitaminas A, C, E e minerais. Sua planta, adaptada a solos pobres, frutifica entre fevereiro e abril e pode alcançar até 8 metros de altura.
Além do valor gastronômico, o marolo possui propriedades medicinais, como ação anti-inflamatória e antioxidante, graças a compostos bioativos presentes na polpa, casca e sementes. Na medicina popular, é usado para tratar reumatismo e diarreia, embora algumas partes da planta exijam cuidado devido à toxicidade. Apesar do potencial, a produção ainda é majoritariamente extrativista, com riscos agravados pelo desmatamento e falta de incentivo à cultivação em escala. Pesquisas da Universidade Federal de Lavras apontam oportunidades econômicas para mercados locais, desde que haja políticas públicas e investimento.
Apesar de sua relevância cultural e nutricional, o consumo do marolo ainda se restringe às regiões próximas ao Cerrado, onde é cultivado. A falta de divulgação sobre seus usos e a carência de processamento industrial limitam sua expansão. No entanto, iniciativas como o livro lançado em Paraguaçu e a festividade anual reforçam sua identidade, destacando a necessidade de maior exploração comercial para preservar esse patrimônio do bioma brasileiro.