Aos 15 anos, Anna Ryan-Punch recebeu seu primeiro “friendship book”, um pequeno livro artesanal repleto de nomes e endereços de pessoas buscando correspondentes. Esses livros, enviados como um complemento a cartas, incentivavam os destinatários a adicionar seus dados, escrever para outros participantes e repassar o item para novos interessados. A ideia era que, uma vez cheio, o livro retornasse ao criador original, fortalecendo laços por meio da troca de cartas.
Embora Ryan-Punch não tivesse inicialmente com quem compartilhar os livros, ela começou a escrever para os nomes listados, gradualmente formando sua própria rede de pen pals. Hoje, aos 44 anos, ela descreve essa prática como o início de um hobby que durou toda a sua vida. Os “friendship books” funcionavam como uma porta de entrada para conexões humanas em uma época anterior à internet, onde a comunicação era mais lenta e pessoal.
Essa tradição, comum em décadas passadas, revela como pequenos gestos — como um livro de amizade — podiam desencadear relações duradouras. A história ilustra o poder da correspondência física em criar comunidades além das fronteiras geográficas, um hábito que, embora menos comum hoje, ainda ressoa entre entusiastas da escrita e da troca de cartas.