Um tribunal francês condenou a líder de um partido de extrema-direita e mais de 20 integrantes por desvio de fundos públicos, em um esquema que teria envolvido cerca de €2,9 milhões ao longo de uma década. A decisão, que inclui a inelegibilidade dos envolvidos por até cinco anos, representa um revés significativo para as ambições políticas da legenda, especialmente em vista das eleições presidenciais de 2027. A magistrada responsável destacou a gravidade do caso e a recusa histórica do partido em levar as acusações a sério, reforçando que ninguém está acima da lei.
Apesar das alegações de perseguição política, o caso não é isolado: figuras proeminentes da política francesa já foram condenadas por crimes semelhantes nos últimos anos. A reação do partido, que incluiu críticas ao veredito e ameaças de protestos, foi vista como contraditória por observadores, já que a própria líder havia defendido punições mais duras para casos de corrupção no passado. O debate agora gira em torno da accountability democrática e se cargos públicos devem ser ocupados por quem foi condenado por violar a lei.
Embora a condenação represente um desafio imediato, analistas apontam que a força eleitoral do partido não depende exclusivamente de sua líder. Nas últimas eleições legislativas, a legenda demonstrou amplo apelo junto a eleitores de diferentes classes sociais, impulsionada por uma plataforma antiestablishment e cobertura midiática favorável. Com rivais fragmentados e um possível candidato alternativo já em preparação, o partido segue como uma força relevante no cenário político francês, mesmo diante de adversidades jurídicas.