Durante as despedidas oficiais ao papa Francisco, que faleceu aos 88 anos, a irmã Geneviève Jeanningros, uma freira de 81 anos das Pequenas Irmãs de Jesus, quebrou o protocolo ao se aproximar do caixão para rezar e chorar em silêncio. Apesar de não estar entre as autoridades previstas para o momento, ninguém a impediu, reconhecendo sua ligação especial com o pontífice. Conhecida por ele como “enfant terrible”, a religiosa dedicou 56 anos a trabalhar com comunidades marginalizadas, incluindo feirantes e pessoas transgênero em Óstia, nos arredores de Roma.
A irmã Geneviève era uma figura próxima de Francisco, tendo organizado visitas de grupos LGBTQ+ às audiências gerais no Vaticano, além de intermediar ajuda para trabalhadores informais durante a pandemia. Em uma ocasião, ela acompanhou mulheres trans para um encontro com o papa, que, após a morte trágica de uma delas, rezou por sua alma. Sua atuação também incluiu a organização de uma visita do pontífice a um parque de diversões em Óstia, onde ele pôde se reunir com feirantes locais.
O gesto emocionante da freira durante o funeral destacou não apenas seu vínculo pessoal com Francisco, mas também seu compromisso com os excluídos, causa que ambos compartilhavam. Sua presença discreta, mas significativa, simbolizou o legado do papa em defender os marginalizados, mesmo em meio aos rígidos protocolos do Vaticano.