Uma investigação conduzida pela Controladoria-Geral da União (CGU) e pela Polícia Federal expôs uma fraude que descontava valores mensais de aposentados e pensionistas sem autorização. Os valores eram repassados a entidades que alegavam oferecer serviços como assistência jurídica e descontos em planos de saúde, mas muitas não tinham estrutura para cumprir as promessas. Onze entidades tiveram contratos suspensos após a descoberta de irregularidades, incluindo falsificação de assinaturas e falta de documentação adequada.
A CGU entrevistou 1.300 beneficiários e constatou que a maioria nunca autorizou os descontos. Segundo as autoridades, 72% das entidades envolvidas não entregaram ao INSS os documentos necessários para realizar os repasses, o que facilitou a ação fraudulenta. O ministro da CGU destacou que o INSS não conseguiu fiscalizar adequadamente o aumento no volume de descontos, agravando o problema.
As apurações começaram em 2023 no âmbito administrativo e, em 2024, a Polícia Federal foi acionada após a identificação de indícios criminais. Foram abertos 12 inquéritos para investigar o esquema, que já era monitorado desde o ano anterior. O caso revela falhas no sistema de controle e levou ao afastamento do presidente do INSS, além de medidas judiciais contra as entidades envolvidas.